Jesus e o vendedor, o encontro



Depois do encontro desastroso com Jesus, devido a sua falta de sensibilidade para observar o próximo e reconhecer no rosto de seu semelhante o olhar de Jesus, o vendedor passou a refletir sobre sua vida. Sua alma passou a viver uma inquietude que não tinha fim. Mesmo ele querendo voltar a ser como antes, não conseguia. Tarde demais. Vender já não se tratava mais de uma profissão somente, mas valorizar as relações humanas. Olhar, observar, entender melhor seu cliente, não somente do ponto de vista comercial, mas humano também, mas não por regras impostas e sim uma questão de valores. 

Sua família passou a ser seu alicerce sagrado, sua esposa, seus filhos, e uma empresa que dependia também do seu empenho, do seu comprometimento, dedicação para que o sucesso fosse real. Sucesso que não era medido por metas, mas valores que levariam cada membro da sua família a ter uma meta na vida, sonhos, objetivos, realização humana. 

O vendedor estava firme nessa troca de experiências e cada vez mais ele se tornava um profissional de sucesso e sua família mais unida, mais feliz. Seus amigos percebiam a mudança, uns elogiavam, outros criticavam e muitos duvidavam. Mas o vendedor estava firme em suas convicções e delas não abria mão. 

Mas algo ainda importunava sua alma, seu coração, sua mente. Não entendia, tudo estava perfeito, mas lhe faltava algo. Procurou respostas em vários livros, se aconselhou com vários amigos, nada adiantou. Sua paz foi tomando uma inquietude que já não cabia nele. 

Jesus, ao perceber seu esforço, ficou comovido e mandou-lhe um recado. “Quero marcar um novo encontro com você, mas dessa vez irei pessoalmente e nosso encontro será num lugar bem reservado, para que nada disperse o nosso dialogo.” 

Eis que o encontro aconteceu. Dizem que foi assim:

O vendedor saudou Jesus com palavras que saiam dos olhos da alma. 
- Senhor, senhor! Como é bom me encontrar com tua face nos raios de sol que ilumina o amanhecer. Despertando as flores do campo, regando os verdes prados com o orvalho do teu olhar. Senhor, senhor! Como é bom sentir tua presença no rio que não para, no cantar dos pássaros, na brisa mansa que suaviza meu rosto, renovando minha esperança. Senhor meu Deus! Como uma criança me leva em tuas mãos, me convida a continuar e não desistir, seu amor envolvente entorpece minha alma de alegria, já não sei ser mais eu sem estar junto de Vós. 

Jesus toma-o pelas mãos e o conduz como uma criança que retorna ao colo da mãe. Quando o vendedor reconhece o local do encontro, fica atônito. Chorou, tentou fugir. Jesus segurou firme em suas mãos e sentou-se com ele no chão do seu coração. Território que o vendedor nunca gostou de conhecer. Jesus, com um sorriso de ternura, mostrou-lhe que aquele chão ainda tinha muito campo para cultivar e muita semente para regar. Ensinou-lhe que para ser um bom jardineiro, antes tem que preparar a terra para o plantio. Passou a mão no solo do seu coração e juntou um punhado de terras que caiam formando um véu, bateu nas paredes e o vendedor ouviu um eco. Jesus soprou as cinzas das fogueiras apagadas e acendeu brasa viva, foi aquecendo seu coração e seu medo ia dando lugar ao desejo de ver as realidades escondidas nas cavernas do seu ser. 

Sem condenar-lhe, Jesus pediu que olhasse para o lado e dissesse o que estava vendo. Ele disse, trêmulo de emoção, que via paredes, muros, muitos barulhos, sons gritavam em seus ouvidos. Uma inquietação invadia seus pensamentos para adentrar nas cavernas, mas um medo imenso o paralisava. 

Em rios de lágrimas, debruçou sua cabeça sobre os ombros de Jesus e chorou. Surpreso ficou ao ver que Jesus chorava também. Jesus, meu Deus de amor, meu amigo de todas as horas, por que choras?

Jesus respondeu com uma voz forte como um trovão e doce como o mel: 
- Morri por você numa cruz de braços abertos, sofri as dores do mundo, chorei as lágrimas que enchem os rios e mares para abençoar tua vida e saciar a tua sede, Te dei o paraíso, Te soprei a vida! E insistes limitar o meu amor, andas para frente, mas não enxergas o horizonte, porque queres a condenação? Quando já te absolvi, como o pássaro que voa na imensidão do céu, como o lírio do campo, como as estrelas do céu, como as águas do mar. Por que queres tu te aprisionar?

O vendedor suspirou feliz e naquele momento entendeu que Jesus o queria feliz por completo. Que o sucesso de verdade começa no seu coração. Quanto mais ele vivia a experiência do autoconhecimento, mais ele se aproximava de Deus. E num abraço redentor pode ver as muralhas caírem e um lindo jardim, com muitas flores para cuidar, plantas para plantar, tantos rios, tantos mares, seu olhar se perdeu na imensidão do seu ser, só uma certeza ele tinha agora e dessa não abre mão. O seu amor por Deus será sempre duvidoso, mas o amor de Deus por ele é Eterno, do amor Eterno. 

O vendedor despediu-se de Jesus convicto de que o próximo encontro bastava silenciar-se consigo mesmo. Em estado de paz, agradeceu a Jesus. 

Exercite o autoconhecimento e descubra o quanto você pode. Tenha prazer em te conhecer! Vencer na vida não é só acumular riquezas. Vencer na vida é conquistar a verdadeira realização humana, de que cumpriu sua missão como GENTE! 




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6 comentários

  1. Muito bonito Darlene.

    Bjus

    Alexandrina Camanducaia
    Gerente de Varejo

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  2. muito lindo !

    Majo
    Assist. Financeiro

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  3. É AMIGA LI SEU ARTIGO,RESUMINDO ACHO QUE PRECISO FAZER QUE NEM ESTE VENDEDOR,ME ENCONTRAR COM JESUS!!!

    ADOREI!!!

    BJUS

    Rosana
    Representante comercial - SP

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  4. Lindoooo...

    Adore , parece que foi escrito para mim.

    Beijos

    Alexandrina

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  5. Parabens Darlene , mais um excelente artigo , Deus ilumine sempre seus pensamentos para que possa escrever assuntos tão interessante mostrando a nós vendedores que ser humilde , honesto e principalmente tendo Deus no coração venceremos qualquer batalha .Abraço.

    José Quinto Neto

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  6. Quanta sabedoria. Ao ler seu texto eu participei desse encontro. Muito emocionante sentir Deus assim. Tão perto, tão amigo! Sempre imaginei Deus nas alturas...???!!!

    De verdade, fiquei emocionado.

    Valeu...!

    Eduardo -MG
    Estudante ensino médio

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